WANDERLEY NOVATO

TRABALHO: INFLUENCIADOR DIGITAL
Influenciador Digital é profissão para mais de 9 milhões no Brasil | Ago 2021
De acordo com o Linkedin, em fevereiro de 2021, as profissões da área da saúde foram as mais buscadas na rede social, e o que explica isso é a forte demanda ocasionada pela Covid-19. Em seguida estão os cargos de tecnologia. Um estudo realizado pela Spark em parceria com a QualiBest, em 2019, mostrou que 76% dos consumidores já foram influenciados por um conteúdo digital na hora das compras, o que coloca a profissão de Influenciador Digital na disputa entre as novas profissões mais procuradas. Essa pesquisa comprova a eficácia do uso de influenciadores para gerar conversão em vendas, o que impulsiona marcas a investirem mais em perfis de criadores de conteúdo nas redes sociais.
Rafael Coca, especialista em marketing de influência e COO da Spark, destaca que hoje, além da monetização de conteúdo via parcerias com marcas, em formatos mais tradicionais de publicidade, os ‘creators’ têm expandido sua possibilidade de remuneração, como a criação de clubes fechados de conteúdo, cobrando uma mensalidade de acesso. Um exemplo disso foi o personal trainner Norton Mello, que durante a pandemia realizou lives diárias abertas em seu perfil de Instagram, para posteriormente, criar um perfil fechado, no qual segue realizando os treinos, porém, restrito a assinantes. O perfil hoje já conta com mais de 9 mil seguidores.
A profissão de influenciador digital pode ser exercida com pouco investimento inicial. “Há plataformas que oferecem a gestão financeira para transformar seguidores em assinantes de conteúdos produzidos pelo digital influencer. Enquanto muitos estão em casa, por causa da pandemia, e não podem faturar com presença em eventos, é possível criar conteúdos em diversas formas e vender isso nas redes sociais, seja por close friends no Instagram, em um grupo fechado no Whatsapp, Telegram e Facebook”, explica Rafael Coca, COO da Spark.
Hoje, no Brasil, já são mais de 9 milhões de influenciadores digitais, de acordo com um estudo da Statista, que movimentam esse mercado produzindo conteúdo sobre os assuntos que possuem domínio. Em nível global estima-se que o marketing de Influência movimentará mais de 15 bilhões de dólares até 2022, segundo a Mídia Kix. Já no Brasil, uma pesquisa do YouPix com anunciantes indicou que 71% planejam investir mais em 2021 do que investiram na categoria em 2020. “Os seguidores de uma rede social podem se tornar assinantes de conteúdos, seja de tutoriais de maquiagens, de melhores produtos, de decoração, culinária, ginástica e tantas outras possibilidades”, detalha.
A chamada Passion Economy, em tradução livre, ‘economia da paixão’, se refere a transformar paixões em negócios, que para Coca é fortemente ligado à profissão de influenciador digital. “Atualmente quem cria conteúdo para internet consegue gerar lucro ao se tornar referência no seu segmento de atuação, fazendo aquilo que gosta, que tem facilidade e autoridade”.
O COO da Spark destaca que essa nova onda de monetização dos influenciadores vem acontecendo em diferentes formatos e até os criadores mais “nichados” têm gerado receita ao produzir conteúdos exclusivos. “Um gamer pode ter um grupo fechado no Whatsapp para compartilhar dicas de jogos, um influenciador fitness, pode dar aulas exclusivas para seus alunos pagantes são alguns dos exemplos de conteúdo que geram receita recorrente para os creators”.
Para ele, “quem se destaca no seu nicho ganha notoriedade do público e isso gera renda de várias formas, tanto as marcas vão querer se aproximar do creator para tê-lo em propagandas associadas ao conteúdo produzido, como também o público vai reconhecer o trabalho e pode até pagar por um conteúdo exclusivo produzido por aquela pessoa”.
Entre os exemplos mais famosos, dos conhecidos como “creatorpreneur” – termo que une criador de conteúdo com empreendedor – estão Boca Rosa, criando linha de maquiagens e Camila Coutinho fundando uma marca de produtos para cuidados dos cabelos.
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CREATOR ECONOMY - TRÊS TEXTOS
1) Já ouviu falar em Creator Economy?
A pandemia e a chegada da GenZ estão transformando o cenário digital e você precisa saber como
Publicado em: 26/07/2021
Em: https://exame.com/bussola/bia-granja-ja-ouviu-falar-em-creator-economy-voce-precisa-entrar-nessa/
Tá rolando uma coisa muito louca no mercado de criadores de conteúdo nesse momento, ou na chamada (e neste momento muito celebrada) Creator Economy, e acho que a gente precisa prestar atenção. Para contextualizar, essa tal de Creator Economy tem a ver com empresas que oferecem serviços e ferramentas para criadores de conteúdo (os creators) e influenciadores poderem prosperar nos negócios.
Para quem trabalha com isso, esse movimento não é novo, mas duas coisas principais aconteceram que transformaram esse papo de mercado em uma conversa mainstream: a) a pandemia, que trouxe milhares de pessoas pra era digital na expectativa de monetizar suas paixões e viver de coisas que amam (falamos sobre isso nesse podcast aqui) e b) a Gen Z chegando ao mercado de trabalho, mas não para trabalhar em empresas e, sim, para se tornar um creator, um influencer e viver do seu conteúdo.
Qual o tamanho dessa oportunidade hoje? Bem, a SignalFire, empresa de Venture Capital, estimou que pelo menos 50 milhões de pessoas no mundo se consideram creators/influenciadoras (aqui no Brasil, só no Instagram, temos 9 milhões de pessoas, então acho que esse número tá bem subestimado), o The Information apontou que empresas de capital de risco já investiram mais de US$ 2 bilhões em 50 startups com foco em creators, e o New York Times acaba de fazer uma matéria falando que a próxima corrida do ouro dos investidores é justamente essa tal de Creator Economy.
De um recente mapeamento feito pela Antler, temos mais de 220 empresas servindo a essa nova economia, sendo que a maior categoria, claro, é a monetização. Ou seja, como eu transformo essa minha paixão e meu conteúdo em dinheiro e desenvolvo um negócio sustentável a partir dele. Existe uma saturação gigante em relação ao modelo de negócios baseado em parcerias com marcas. O número de creators e influencers cresce muito mais rápido do que a verba das empresas para suportar essa sede toda. E isso explica também a oportunidade de negócio para essas empresas e investidores.
Nos EUA, esse mercado está crescendo em progressão geométrica, com empresas como Cameo (onde fãs podem comprar vídeos e interações personalizadas de seus creators favoritos), Bitclout (que permite que fãs comprem “ações” e invistam nos creators, aqui entra o hype de criptomoedas e NFT também), Karat (cartão de crédito só pra influencers) ou a Earnr (um app de contabilidade para creators). Aqui no Brasil, ainda estamos começando a explorar essa oportunidade, e temos alguns movimentos interessantes como Hotmart, Divi.Hub e outras.
Essa economia, por muito tempo, foi sustentada pelas redes sociais, mas a ameaça dessas novas startups está levando Youtube, Instagram, TikTok, Twitter e outras plataformas ao que estamos chamando carinhosamente de “Rinha das Redes Sociais”. Nas últimas semanas, as plataformas correram para lançar fundos bilionários, ferramentas de "gorjeta" (odeio a semiótica desse termo), soluções de marketing de afiliados ou social commerce e programas de assinatura. Estão competindo pelo coração do creator.
Jack Conte, fundador do Patreon, pioneiro nessa indústria, deu a letra: “Enquanto os primeiros 20 anos da web foram sobre distribuição e ajudar os criadores a descobrir como alcançar audiência, os próximos anos da web serão sobre reconstruir o mecanismo financeiro para remunerar essas pessoas. Isso vai criar gerações de creators profissionais em tempo integral”.
Como trabalho com essa indústria há mais de 15 anos, estou acompanhando todo esse boom com a pipoquinha na mão e tentando refletir sobre o que significa tudo isso.
Será que todas essas ferramentas serão suficientes para realmente sustentar uma economia tão gigante quanto essa? Será que vamos deixar de ter seguidores para ter “investidores”? Será que todo mundo conseguirá ganhar dinheiro REAL com isso tudo e montar um negócio próspero ou teremos milhões de pessoas ganhando dinheirinhos picados sem ir para nenhum lugar? Mil perguntas!
O João Pedro Paes Leme, sócio do Felipe Neto, soltou um termo muito interessante no nosso podcast outro dia: “Uberização dos Influenciadores”. No nosso papo, a gente estava imaginando um cenário descentralizado, independente e onde qualquer pessoa pode prosperar. Será que vai ser isso mesmo? Temos mais perguntas do que respostas, mas com certeza as coisas não serão mais como antes.
*Bia Granja é cofundadora e CCO da YOUPIX, consultoria de negócios para a influence economy. Bia é a maior especialista em influência digital do país
2) Creator Economy: saiba tudo sobre a economia dos criadores
Gleidistone Silva
Em: https://clubedainfluencia.com.br/blog/creator-economy-saiba-tudo-sobre-a-economia-dos-criadores | 20 Abril 2021
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Mas afinal, o que é a economia dos criadores?
A economia dos criadores ou economia criadora, nada mais é do que o modelo de negócios onde o dinheiro de mídia que antes era investido apenas nos formatos tradicionais, passa a circular entre todos os atores que integram o que podemos chamar de ecossistema dos criadores de conteúdo.
Dessa maneira, os modelos tradicionais estão sendo gradualmente adaptados para atender as necessidades desta nova economia focada no potencial dos criadores e sua conexão com a audiência.
Com a economia dos criadores, ganha destaque a economia da atenção. Enquanto muitos se referiam a esse movimento como sendo a economia da informação, Michael Goldhaber afirmava ainda em 1990 que a mudança na forma de se consumir conteúdo poderia ser considerada uma nova mercadoria, onde a atenção (e não a informação) torna-se cada vez mais escassa, por isso, passa a ser um bem de alto valor.
Quem faz parte da economia dos criadores?
A economia dos criadores deve ser encarada como um ecossistema. Assim como para se fabricar um carro são necessários fornecedores diversos, ao se planejar, criar e distribuir conteúdo, existe toda uma cadeia de profissionais envolvidos.
Fazem parte dessa cadeia da economia dos criadores, os próprios criadores de conteúdo e comunidades, curadores de conteúdos e plataformas de criação e distribuição. Estão inclusos nesse ecossistema influenciadores, blogueiros, videomakers, roteiristas, fotógrafos, editores, todos os softwares e serviços que esses atores em seus trabalhos, e claro, as plataformas de distribuição de conteúdos, como YouTube, Instagram, Facebook, Twitter, Linkedin, TikTok, Pinterest, Twitch, e tantas outras.
Como a economia focada nos criadores está revolucionando o mercado de publicidade digital?
Com o advento da economia dos criadores, todos os integrantes desse ecossistema criativo encontram novas maneiras de ganhar dinheiro com a internet. Nesse contexto, os meios tradicionais não fazem mais tanto sentido, ou já não são tão lucrativos assim.
Se antes os criadores eram empregados e trabalhavam 8 horas por dia, na economia criativa, eles não possuem mais um chefe ou vínculo empregatício. Isso faz com que seja possível até mesmo diversificar as plataformas em que atuam e as formas de ganhar dinheiro online. Uma pessoa criadora de conteúdo pode falar de receitas veganas em seu canal do Youtube e falar de moda num perfil do Tiktok. Dessa forma ela pode fazer publicidades para marcas de comida e roupas ao mesmo tempo, ou até mesmo, publicar seu próprio livro de receitas e ter uma coleção de roupas assinada por ela.
Outros exemplos de como criadores podem ganhar dinheiro com a internet são:
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receita de anúncios;
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eventos ao vivo (presencial e digital);
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produtos próprios;
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colunas em grandes veículos e portais;
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clube de assinaturas e fãs;
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apadrinhamento;
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licenciamento;
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conteúdo patrocinado, a famigerada #publi.
O que esperar do futuro da economia dos criadores?
Dados da Mediakix, agência referência em marketing de influência nos EUA, dão conta de que mais de 50 milhões de pessoas em todo o mundo se consideram criadores de conteúdo e cerca de 2 milhões de pessoas desejam tornar-se criadoras de conteúdo em tempo integral. Segundo essa mesma agência, os 50 milhões de criadores de conteúdo online devem receber US$ 15 bilhões em verba publicitária em 2022.
Com a era da economia de conteúdo, criadores de conteúdo independente do tamanho de suas audiências têm encontrado diversas plataformas para compartilharem com o mundo, suas paixões, talentos e habilidades. Hoje é possível sim, ganhar dinheiro com o que mais se gosta de fazer. Plataformas como Patreon, Only Fans, Clash e Cameo veem seus números crescerem a cada dia com criadores que movimentam essa cadeia.
Segundo relatório da Million Insights, a indústria do marketing de influência deve chegar a US $ 23,52 bilhões até o final de 2025.
A economia dos criadores torna mais acessível às pessoas de qualquer lugar do mundo, a possibilidade de criar conteúdo e ganhar dinheiro com isso. Mas é preciso atenção para não romantizá-la, pois ainda existe um grande descompasso nessa economia. São poucos mega influenciadores ganhando muito dinheiro e milhões de criadores pequenos e bem nichados ganhando pouco.
Como em qualquer outro trabalho, o processo de criação de conteúdo para internet demanda esforço e dedicação. Além de não ser possível monetizar a partir do primeiro conteúdo publicado, esse processo exige tempo, frequência e a construção de uma comunidade engajada.
3) Creator Economy vai muito além de dancinhas no TikTok
O futuro do trabalho está no digital, e o Brasil é um dos maiores mercados de influência do mundo
Por Arthur Alvarenga*
A influência dos criadores de conteúdo (ou creators) é uma realidade. Tanto, que há tempos eles já não estão mais somente nas redes sociais e hoje se fazem presentes no dia a dia de marcas e pessoas, em comerciais, campanhas, ações, eventos e por aí vai. E para ser um influenciador ou um creator é preciso muita criatividade, talento e paixão. Não à toa, o Brasil é um dos maiores mercados de influência do mundo. Mas nem todo mundo quer fazer dancinha no TikTok e tudo bem, já que a Creator Economy vai muito além disso.
Esse novo movimento econômico transaciona cerca de US$ 108 bilhões por ano, e está apenas começando. Seu antecessor foi o Gig Economy, que modificou drasticamente o mercado de trabalho e continua vigente até hoje com grandes players do mercado de entregas e apps de transporte. A quebra de barreiras, conectando serviços e produtos por geolocalização e a reinvenção do trabalho como ele era feito/remunerado são os pontos positivos da Gig Economy. Os negativos são, entre outros, falta de direitos trabalhistas e muitas horas de trabalho.
Com os criadores de conteúdo e influenciadores não é muito diferente, pois eles funcionam como um canal de aquisição para grandes redes sociais como Youtube e Instagram.
Dentro desse sistema, as formas de monetização são, em sua grande maioria, parcerias com marcas e aluguel de audiência (add share audience) e, para isso, precisam consolidar um grande número de visualizações, produzindo incessantemente, sem receber nenhuma compensação financeira e, portanto, precisam ter outra ocupação (mesmo que não seja o que gostam) para garantir sua renda. Além disso, com a máxima “quem não é visto não é lembrado”, o ritmo de produção é insano e, com a dupla jornada, muitas vezes os leva à exaustão e, consequentemente, à frustração.
Mas existem outros caminhos. Na Creator Economy, as pessoas estão no centro do negócio, antes das empresas, que apenas oferecem serviços e ferramentas para que criadores de conteúdo e influenciadores possam gerar negócios. E para isso não é preciso ter milhões de seguidores. Além dos grandes influenciadores, existem também os médios, micros e nanos, que, mesmo com um número menor de fãs, contam com um público “nichado” e fiel, que busca determinados assuntos, independente do que os algoritmos mostram no feed. Portanto, para os creators, o que mais importa é o engajamento de sua comunidade, que se une por um ou mais temas de interesse e segue as autoridades no assunto. Na era das fakes news, especialistas geram valor à informação e então podem (e devem) monetizar conhecimento e talento, empreendendo e fazendo disso um negócio.